No princípio, criou Deus todas as coisas.
Fez-se o tempo, dia e noite, e viu que era bom; eis o primeiro dia.
Fez-se o homem, à sua imagem e semelhança, e viu que era muito bom; eis o sexto dia.
O homem, criado com o propósito de glorificar ao Pai, foi deixado à liberdade de suas próprias vontades.
O Pai, em seu passeio diário, viu sua criação perder sua liberdade ao transgredir Seu mandamento, e cair em iniquidade.
Houve separação entre Deus e o homem. O propósito se perdeu.
O Pai, Senhor do tempo, buscou em amor o resgate de sua criação, sacrificando seu único Filho para redimir os erros do homem, antes mesmo que ele os cometesse.
O homem, escravo do pecado, encontrou outros meios para satisfazer o vazio que encontrava em si; nas riquezas, depositou seu coração e suas forças.
Tardio em sua ira e grande em sua bondade, o Pai orienta sua criação perdida sobre o perigo do acúmulo de suas riquezas, já que não foi este o propósito original.
Ignorando as petições de seu Pai, o homem corre em busca de mais e mais bens, prazeres e tudo o que suas riquezas podem prover. O escravo do pecado não compreende que está sob outro regime de escravidão, inerente à sua vontade.
O Dono de toda prata e todo ouro exorta sua rebelde criação para que não desperdice seu tempo em inúteis trabalhos que de nada servem, mas aproveite ao máximo suas oportunidades, pois tempos difíceis virão.
O pródigo não Lhe dá ouvidos, nem atenta à urgência da exortação; alheio à situação, pede ao Pai o que é seu por direito.
Bens são finitos, e os bens que o satisfizeram escorreram por suas mãos, junto com o tempo perdido. O perdido retorna à casa do pai; arrependido, é restituído à comunhão do Pai, e recebido com festa, e ainda lhe resta algum tempo.
O Abba ensina seu filho a buscar seu Reino e Sua justiça, e nada do que é necessário para viver irá faltar. Sua fala sugere urgência.
Entristecido, o filho sai à beira do caminho, partindo em busca do tesouro que habita seu coração.
Mais tempo passa, mais abastado fica. Orgulhoso por suas conquistas e posses, o homem faz planos de expandir suas fronteiras além mar.
Mas seu tempo chega ao fim.
O Deus Conosco, com pesar, chega à sua criação perdida: “Esta noite pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”
Seus bens e riquezas, outrora perdidos, puderam ser recuperados.
Seu pecado cometido, outrora enraizado, pôde ser limpo e justificado.
Seu tempo, gasto e perdido. Suas oportunidades, lançadas ao vento; seus anseios, voláteis; sua vida, oculta.
Viva a vida. Cumpra o propósito. Ainda há tempo. Este é o tempo. Foi-se o tempo.