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Histórias de Convés - A Queda do Adversário Invencível

A queda do adversário invencível

Ahoy meus caros marujos!

Todo homem do mar sabe que a bandeira com ossos cruzados e uma caveira é sinal de encrenca. Tirando raríssimas exceções, como a tripulação do capitão Ruffy do chapéu de palha, piratas são visitantes indesejáveis.

Eu ouvi falar do bando do Capitão Manto da Morte, um grupo truculento que usava de força bruta para oprimir vilas costeiras. Ele chegava vestindo um manto negro, e portando uma foice. Era seu costume desafiar o maior guerreiro da vila para uma disputa mano a mano. Graças à sua grande habilidade em combates, ele descobria o ponto fraco de seu oponente, e humilhava todas aquelas pessoas com uma vitória sangrenta.  O pirata possuía um recorde impressionante de vitórias, e ele costumava exibir orgulhoso um cinturão onde eram representadas todas as suas conquistas.

Estou falando dele no pretérito por que um homem conseguiu derrotar o manto da Morte. Ele não tinha porte de brucutu, nem mesmo treinamento de guerreiro, era apenas um valente pastor de ovelhas.

Ele foi ridicularizado, e surrado por potentes golpes do impiedoso capitão pirata. No entanto, a sua persistência e força de vontade levaram o vilão à exaustão. E, com um poderoso golpe no queixo do pirata, o pastor de ovelhas venceu o tirano, e protegeu sua vila da invasão inimiga. Os piratas foram expulso aos gritos de: “Acabou o terror do manto da morte!”

Esse caso me lembra da maior invencibilidade da história. Daquela que, homem após homem, fez uma grande carreira de nocautes. Aquela que conhece o ponto fraco de cada um de suas vítimas, e que sabe aproveitar muito bem desse conhecimento.

Estou falando da Morte, e o ponto fraco que ela usa contra seus adversários chama-se pecado.

“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Romanos 5. 12).

Explorando a fraqueza proporcionada pelo pecado, a Morte impôs sua invencibilidade sobre os seres humanos. Um após um, todos caíram diante dela. Causando um império de terror e servidão (Hebreus 2. 15).

No entanto, isso durou até o dia de seu confronto com Jesus de Nazaré.

Parecia um combate fácil, os inimigos do nazareno já haviam o deixado em um estado crítico. A Morte partiu ao ataque, tentando atingir Jesus no ponto fraco do pecado. No entanto, ela não conseguia encontrar espaço para desferir seu golpe fatal.

Em todos esses anos nessa indústria mortal, essa era a primeira vez que isso acontecia com a vil antagonista de nossa história. Se o salário do pecado é a morte (Romanos 6.23), como ela poderia derrotar aquele que não tinha pecado (Hebreus 4. 15)?

Ela não pôde! Após várias tentativas vãs, o golpe de Jesus colocou um fim na invencibilidade da Morte:

“E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou” (Lucas 23. 46).

Jesus já havia antecipado como venceria a morte:

“Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai” (João 10. 17 a 18 / Grifo nosso).

Jesus venceu a morte para que todos aqueles que o seguem a possam vencer também (1 Coríntios 15. 21 e 22 / Hebreus 2. 14 a 16). Hoje podemos bradar: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15. 55 a 57).

Hoje nosso Senhor reina como campeão absoluto. E tem até a autoridade para ostentar um cinturão de ouro sobre suas vestes do sacerdócio eterno:

“E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro; e, no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do Homem, vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um cinto de ouro” (Apocalipse 1. 12 e 13).