Com o advento das redes sociais nos deparamos todo começo de ano com as intermináveis discussões a respeito do famoso programa criado pela Endemol e veiculado no Brasil pela Rede Globo, o Big Brother Brasil, ou simplesmente BBB.
Os pseudo-intelectuais das redes sociais clamam à população que troquem o tempo gasto com esse programa pela leitura de um livro, como se a leitura de qualquer livro fosse melhor do que tal Reality Show – e não é. Como se as pessoas fossem ficar mais inteligentes por simplesmente ler um livro, ou mais burras se assistirem tal programa. Como se realmente existisse uma competição entre programas imbecis e livros.
Fazem campanhas para arrecadar assinaturas ou compartilhamentos no Facebook para tirar o programa diabólico da Globo do ar, esquecendo-se que o que mantem um programa na sua grade de programação é simplesmente uma coisa: audiência. Enquanto existir interesse em Fazendas, Casas de Artistas e Big Brotheres podem fazer o movimento de protesto que for, os programas continuarão sendo veiculados e assistidos.
Os crentes que tão avidamente assistem as novelas e programação dessa rede de TV em geral, tão facilmente se ofendem com alusões a outras crenças ou programas rotulados como imundos, mas se esquecem que esses mesmos valores são veiculados em várias outras programações, seja dessa mesma rede ou até mesmo na rede do Bispo.
A mudança de valores, conceitos e comportamentos não começa pela televisão, mas pelo povo, com uma educação de qualidade, com uma instrução que incentive a pensar e não apenas a assimilar informações (boas e ruins), e isso sim é algo pelo que vale a pena lutar. Porque não saimos às ruas exigindo educação de qualidade nas escolas? Porque os ativistas de redes sociais não promovem um incentivo a educação? Porque não cobramos nossos políticos que invistam corretamente toda a fortuna arrecadada?
As coisas só são assim porque o povo é assim, os políticos são um reflexo da sociedade, a programação da TV também. Ou nunca somos tentados a ficar com o troco a mais da padaria? Ou então em pedir uma nota com valor acima do que gastamos para reembolsar mais da empresa? Ou então colar os olhos nas mulheres que passam ao nosso lado tecendo comentários aos nossos colegas?
De fato, os heróis da nossa sociedade são os fúteis Brothers, eles aguentam o confinamento numa casa de alto padrão, com várias festas, pegação liberada e como recompensa a fama, pois é exatamente assim que queremos viver. Eles são os nossos heróis, e não mais os cavaleiros reluzentes das literaturas, não mais os personagens bíblicos que sofrem até a morte, muito menos um cara com o padrão de vida simples como o de Jesus.
E aí, quem será que vai pro paredão essa semana?