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Mude de ares, mantenha o coração!

Ahoy meus caros marujos!

Hoje eu estou moído! Argh, ajudei durante o dia inteiro a carregar a mudança do Capitão M. Se não me engano, essa já é a décima vez que ajudo o nobre capitão em mudanças, ele só pode ser de família cigana!

Eh companheiros, mudanças são sempre cansativas e dispendiosas, principalmente as não planejadas ou inesperadas. Aproximem-se, contarei a história de alguns jovens que experimentaram as angústias de uma mudança drástica de vida.

As nações da antiguidade possuíam a guerra como parte integral do plano de desenvolvimento social e econômico. Conquistar territórios e pilhar riquezas eram costumes muito normais. Nabucodonosor, rei do império babilônico, cercou a cidade de Jerusalém com seu exército, e obteve uma grande vitória militar contra os hebreus.

Isso resultou em uma quantidade considerável de tesouros pilhados, sem falar dos vários prisioneiros levados para servir como mão de obra escrava na Babilônia. Entre esses prisioneiros havia famílias nobres, com seus homens, mulheres e jovens. Daniel, Ananias, Misael e Azarias caminhavam para Babilônia nesse grupo.

Cada dia que a caravana levava para chegar na terra do cativeiro parecia afastar da mente dos jovens a luz os dias felizes em Jerusalém. O futuro tornava-se a cada vez mais tenebroso e incerto.

Rá, na verdade eles não sabiam que outra reviravolta surgiria na sua história. Certo dia um homem chamado Aspenaz surgiu no acampamento dos prisioneiros. Ele selecionou jovens bonitos, letrados e dispostos a se capacitarem para servir no palácio imperial babilônico. Daniel e seus amigos estavam entre os escolhidos.

Logo eles descobriram os detalhes de sua nova posição. Eles deveriam estudar por três anos, para só depois começarem a trabalhar no palácio. Durante esse tempo, eles receberiam todos os dias, porções de refeições e de bebidas semelhantes ás servidas ao próprio Nabucodonosor.

Isso mesmo amigos, desde a Babilônia que a vida de funcionário público é repleta de regalias. Muitos dos jovens comemoravam a “boa sorte” de terem sido escolhidos nesse processo seletivo. No entanto, Daniel ficou incomodado com aquela situação.

Ele entendia que, comparados aos outros exilados, eles realmente tinham muitas mordomias. Mas, a que preço? Valia realmente a pena abandonar todos os costumes da lei dada por Deus? Valeria a pena se contaminar com manjares oferecidos a falsos deuses, algo execrável para um hebreu, simplesmente por que não queria perder aquela oportunidade?

Eles decidiram que não! Tanto que, através de um acordo com Aspenaz, eles passaram dez dias sem a refeição oferecida pelo rei, e se alimentaram apenas de legumes. Imaginem a cena marujos: Enquanto os demais comiam carne assada e manjares preparados por cozinheiros reais, esses garotos pareciam roedores comendo cenouras e beterrabas, har har.

Mas, vejam vocês, que no final desses dez dias, Daniel e seus amigos eram os mais robustos e sadios entre todos os jovens hebreus. E tem mais, no final dos três anos eles eram muito mais sábios do que todos os demais conselheiros de Nabucodonosor.

Rá, meus amigos de viagem, não importa para onde as ondas da vida nos empurrem. O importante mesmo é mantermos firmes a nossa confiança Naquele que tem prazer em nos proteger. Agora, permitam que esse marujo vá esticar essa carcaça cansada.

(Texto bíblico citado na história: Primeiro capítulo do livro do profeta Daniel).