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Aponta pra fé e rema - Igrejinha

“Igrejinha”

Temos muito a aprender com a “igrejinha” Bautista El Faro que acolheu meu namorado na cidade de Alcalá de Henares, Madri, onde ele ficará por mais alguns (longos rs) meses.

Fui ao culto noturno do último domingo, seis de janeiro.

Igreja pequena. Cruz de vitrais azul cintilante e singela. Logo na esquina um senhor reconhece o Gustavo e acena para ele, era o pastor auxiliar. Logo na entrada todos nos recepcionam bem, chamando o Gustavo pelo nome e perguntando entusiasmados sobre mim, sua novia do Brasil.

A igreja deve ter o tamanho da sala de estar da maioria de vocês. Alguns bancos, decoração natalina (até árvore de natal tinha), um púlpito, uma pequena estante com alguns livros, hinários, um órgão e poucas pessoas. Igrejas evangélicas, pelo menos na cidade onde meu namorado está, são poucas e discretas.

O culto começa e todos se sentam e voltam suas atenções para o Pastor. Louvor? Voz e piano. Piano e voz. Passa-se rapidamente pelos avisos, dedica-se um tempo a prestação de contas das metas do ano e do que a igreja deseja fazer para ajudar missionários. Eles prezam muito por isso.

Igreja Bautista El FaroOração. Silêncio, reverência e gratidão. Todas as orações que eu ouvi eram de agradecimento, intercessão por outros membros ou pedidos e uma noção gritante da condição caída do homem sem Deus.

E isso me impressionou. No Brasil eu vejo que essa percepção de que a gente não merece nada é meio vaga. A maioria das igrejas nas quais já cultuei nunca deixou isso tão claro quanto vi aqui. Você já ouviu a palavra inferno, sendo usada  em um culto, para dizer que é onde você merece estar e só não está lá pela graça de Deus? Você já ouviu isso em uma oração?

Conversa com Deus. Eu ouvi gente conversar com Deus.

Era ceia. Pensei comigo se o culto estava tomando aquela forma por isso. Conversando depois com o Gustavo ele me disse que não. As orações e as palavras dos irmãos sempre costumam apontar para Cristo e nossa necessidade dEle.

Nessa pequena igreja a pregação ainda é o centro do culto. A ela é dedicada boa parte do tempo. Mais uma vez, todos apenas ouvem. O Pastor bem humorado arranca alguns risos dos irmãos com sua mensagem sobre 1ª Coríntios 7: 29-35. Silêncio outra vez.

Não sou tão boa quanto gostaria em escrever detalhes. Agora, eu queria ter 10% do poder de descrição do Tolkien para te levar a entender o que foi essa experiência pra mim, sem o sentido neopentecostal da palavra.

Vou resumir: EU PARTICIPEI DE UM CULTO CEM POR CENTO CRISTOCÊNTRICO. EU DISSE CEM POR CENTRO.

Os louvores, a oração, a pregação. Tudo apontando para a nossa pequenês e para a grandeza de Deus.

Após o culto, muitos apertos de mãos e sorrisos. Queria tanto ser fluente em espanhol para conversar com eles, com aquele singelo Pastor de cabelos brancos.

Que Deus os abençoe.

Que Deus nos ajude a entender o que ele quer de nós como igreja.

 

Peço desculpa pessoal, estive ausente e não postei em dezembro. TCC, viagem para visitar o namorado, computador quebrado há meses… Enfim, muita coisa contribuiu pra isso. Mas, eu volteeeei haha (: