Era um dia comum em minha casa, numa tarde comum, de um final de semana de pura solidão, e na verdade… cansado da mesmice, eu esperava que algo novo acontecesse; algo fantástico! E, como as coisas acontecem de maneira bem engraçada, um amigo, no final daquela tarde chuvosa, estava batendo em minha porta.
Deixei-o entrar, cumprimentei-o e conversamos durante horas. Na minha situação eu realmente esperava alguém com quem pudesse falar e desabafar um pouco.
Após horas de conversa, finalmente entendi o motivo que o levara até o meu triste lar: ele contou sobre um conhecido que tinha iniciado a construção de uma casa enorme e queria começar uma fraternidade, algo diferente, só que simples, um estilo de vida alternativo, e me perguntou se eu queria conhecer a casa no dia seguinte.
— Como é a casa? Quem construiu? — perguntei.
Ele disse que o Construtor era um cara diferente, cheio de carisma, e que gostava de viver em comunhão com todos. Que o lugar tinha um espaço muito grande para crescer e que teríamos que construir juntos conforme as pessoas chegassem.
Achei tudo aquilo muito interessante e aceitei a proposta de conhecer a casa no dia seguinte, já que a minha casa atual não me satisfazia e eu estava realmente em busca de algo novo e diferente.
Despedimo-nos e, após algum tempo, fui me deitar e fiquei pensando como seria a casa. Não sei como explicar, porém alguma coisa lá no fundo me animara após o convite.
Na manhã seguinte chegamos até o local e de cara vi um homem sorrindo e, com o rosto pingando de suor, nos convidou a entrar.
Entramos e Ele nos mostrou tudo. Eu sinceramente estava gostando do local. Realmente tudo estava em construção; a casa era uma zona de obras.
Além disso, percebi algo muito interessante: cada um que morava ali parecia ter um papel diferente. Pessoas pintavam, alguns estavam levantando uma nova parede, já outros estavam debruçados em uma mesa cheia de projetos analisando-os… Tudo em um ambiente muito descontraído e agradável.
Até que, depois de subir algumas escadas, Ele me mostrou o quarto onde eu supostamente ficaria. Estava tudo mobiliado, a cama muito bem arrumada e as cores do jeito que eu gostava; tudo parecia novo! Por um momento tive a sensação que Ele sabia quais eram as minhas preferências.
Estava em êxtase apreciando o ambiente quando Ele interrompeu esse momento dizendo:
— Eu mesmo que arrumei quando soube que você viria.
Pensei que fosse apenas conversa para me motivar a comprar o quarto e só dei um daqueles sorrisos que fazemos quando não queremos falar nada.
Mas o melhor ainda estava por vir. Fui em direção à sacada e quando abri a porta de correr a poeira caiu sobre os meus olhos, já que a porta fora recém-colocada. Foi quando tive uma vista esplêndida de todo o terreno e vi que aquele lugar era maravilhosamente lindo.
Após apreciar, olhei para o meu amigo que, assim como eu, estava impressionado, atônito, apreciando a paisagem, e disse:
— Quanto isso vai custar? Eu tenho um dinheiro guardado, já pretendia me mudar, mas não tenho tanto assim.
Foi quando aquele homem nos interrompeu mais uma vez e, com um sorriso enorme no rosto e com todo o prazer do mundo, disse:
— Já foi pago!
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Texto “O Preço”: Lucas Cassemiro
Gravação, edição e masterização do áudio: Chico Gabriel
Arte da vitrine: Daniel Sas (portfólio)
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