“Tudo me é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo me é permitido”, mas eu não deixarei que nada domine. I Coríntios 6:12
Existe um pensamento libertino hoje na cristandade de que se algo não é condenado biblicamente como pecado, podemos fazer e ninguém pode julgar essa atitude. O Apóstolo Paulo já condenava esse pensamento mostrando que não é porque podemos fazer algo que, necessariamente, vamos. Temos o costume de tirar sarro dos outros porque ainda estão envoltos em certas regras eclesiásticas, enquanto nós, esclarecidos, podemos tudo.
Estamos apregoando uma liberdade que não é liberdade, mas escravidão aos nossos próprios desejos. Fazer o que queremos sem dar satisfação.
“A sua consciência é fraca? Problema seu, eu conheço a verdade e você vai ter que engolir de qualquer jeito.”
Será mesmo que não devemos satisfações a ninguém? Se tivermos o “respaldo bíblico” podemos desconsiderar a consciência do outro? Interessante que esse pensamento é antibíblico! Segundo as Escrituras, e o próprio discurso de Jesus, o outro tem que ser SEMPRE considerado mais importante do que eu.
“Não gostou do que eu fiz? Problema seu, sou assim e faço desse jeito.” Será que isso tem respaldo no amor que a Bíblia prega? Óbvio que não. Paulo fala isso em suas cartas quando nos lembra de que como cristãos a consciência do outro é relevante para o meu comportamento.
Tenho visto muitos evangélicos que só estão interessados em fazerem aquilo que lhes agrada e da forma que lhes convém. Muitas vezes pregam um “amor”, ou conceitos de “missão integral”, mas não estão preocupados nem mesmo com seus irmãos na fé! São incoerentes com o Evangelho de Cristo. Querem chocar não para causar uma mudança de pensamento e comportamento nas pessoas, conduzindo-as à Cristo, querem chocar para mostra que são descolados, que são mais “intelectuais” do que o restante.
Orgulham-se de serem “perseguidos” pelos outros cristãos por causa da “liberdade” do seu comportamento, mas não entendem que chocar por chocar não gera cristianismo, mas apenas desavenças.
Eu sei que de vez em quando é necessário causar certo “escândalo” no meio cristão, mas não pode ser simplesmente para satisfazer a nossa vontade, tem que ser para trazer as pessoas mais perto de Cristo.
Jesus escandalizou os religiosos da sua época, mas seus discursos eram extremamente direcionados. Ele não criticava uma pessoa carregada de pecados e culpas por causa da péssima experiência religiosa que teve, mas chamava de víboras os falsos mestres da Lei.
Criticamos os ateus por acharem que fazendo discursos científicos são mais inteligentes do os que acreditam em Deus, mas infelizmente hoje estão surgindo cristãos com esse mesmo orgulho intelectual de terem alcançado uma liberdade e entendimento superiores aos irmãos na fé.
Precisamos ter cuidado porque o conhecimento sem amor nos conduzirá inevitavelmente à soberba.