Ahoy meus caros marujos!
Definitivamente, o alto mar não é um bom lugar para ser acometido por uma doença misteriosa. Principalmente quando você é o único médico da embarcação.
Isso aconteceu em nosso navio enquanto explorávamos um arquipélago de ilhas tropicais. Nosso médico ficou muito enfermo, febres e delírios eram constantes, tivemos medo do pior. Não havia um único médico entre os aldeões, e foi nesse momento que nós ouvimos falar “da bruxa”.
Na ilha havia uma mulher misteriosa, que escolheu se isolar da comunidade, e se dedicar à floresta. Eles contaram vários “fatos sobre a bruxa”, mas disseram que ás vezes, remédios apareciam na porta de pessoas que estavam doentes.
Dispostos a buscar ajuda, nos embrenhamos floresta adentro, e encontramos a senhora trabalhando em seu laboratório. A bruxa era uma botânica especialista em doenças tropicais. Claro que não havia nenhum diploma em sua casa simples, mas foram seus anos de experiência que salvaram nosso médico.
Quem diria que, apesar de seus modos estranhos, aquela mulher seria uma das melhores médicas que já conheci? Não que a sua excentricidade fosse algo especial, mas sim a sua dedicação aos estudos e práticas curativas.
Isso me lembra do ministério do pregador do deserto. Um homem que começou a pregar o arrependimento dos pecados e a proximidade do Reino de Deus. Um homem de modos estranhos, que alguns chamavam de “o louco do Jordão”. No entanto, algumas pessoas começaram a ouvir a sua mensagem, e eram batizados confessando o arrependimento de seus pecados contra Deus.
Não demorou muito para que multidões fossem ouvir as palavras do profeta João, isso despertou curiosidade e inimizades. E o momento mais marcante de sua jornada foi o batismo do Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.
Esse mesmo Cordeiro deu testemunho do ministério de João:
– Quem é este homem que vocês saíram para ver no deserto da Judéia? Um homem fraco com um caniço que se agita por qualquer sopro de vento? Vocês encontraram um homem vestido de roupas caras? Não. Os homens que vivem no luxo ficam nos palácios, não no deserto. Mas vocês encontrara um profeta? Sim! E mais do que um profeta. É dele que as Escrituras se referem quando dizem: Vejam! Eu estou mandando um mensageiro adiante do Senhor, para preparar o seu caminho.
O profeta João poderia ser considerado esquisito, excêntrico, fora do padrão… No entanto, o testemunho que fica, é o do mensageiro fiel, que não temeu nem pela própria vida, ao buscar entregar a sua mensagem de forma genuína.
Marujos, manias e esquisitices dependem de ponto de vista. E quem não tem as suas loucuras? O que realmente importa nisso tudo é a qualidade dos frutos que geramos. Por eles seremos realmente reconhecidos!
“Portanto, pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7. 20).
(Textos bíblicos citados na história: Mateus 3. 1 a 12; Lucas 7. 24 a 28).