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7 motivos porque igrejas não crescem

7 motivos porque algumas igrejas não crescem

Eu tive o privilégio de pregar em igrejas de costa a costa do país nos últimos 25 anos do meu ministério. No processo, eu pude conversar com inúmeros pastores, líderes de igrejas e jovens pastores sobre como suas igrejas estão fazendo com relação a crescimento e os motivos para tal. Por um lado tenho visto igrejas que prosperam nessa área. Elas crescem todo ano igualmente em profundidade e tamanho.

Essas não são sempre  “mega-igrejas” mas, como no meu livro, elas são “igrejas poderosas” porque independente de ter 200 ou 2000 membros estão verdadeiramente avançando no Evangelho em todos os níveis. Essas igrejas tem aquele “cheiro de novo convertido” que sempre incomoda um pouco logo no hall de entrada porque é temperada com pessoas que não necessariamente parecem fazer parte do lugar.

Depois de haver auxiliado na plantação e co-pastoreado uma igreja por 10 anos na área de Denver e tendo pregado em igrejas por toda a nação, observando silenciosamente se elas funcionam (ou não), aqui está minha lista não-científica de motivos porque algumas igrejas não crescem.

1. Elas não são amigáveis o suficiente.

Perdi a conta das vezes que caminhei através do hall de entrada de uma igreja e NÃO fui cumprimentado ou ajudado a encontrar meu lugar. Eu me senti deslocado no meio de um grupo fechado. Até mesmo se alguém dissesse “Olá” e apontasse o local do auditório, o banheiro mais próximo e onde estão as saídas de emergência (no caso do culto ser realmente ruim) eu me sentiria mais em casa. Por outro lado quando eu entro em uma igreja, sou recebido e envolvido calorosamente, minhas defesas caem e eu me sinto imediatamente em casa (e isso é importante porque geralmente estou lá para pregar!)

Muitas vezes como um pregador visitante eu tenho visto uma pessoa ou família com aquele mesmo olhar de estar perdido vagando em um grande hall de entrada na igreja, tentando se encontrar. Várias vezes eu mesmo cumprimento elas, dou as boas-vindas à igreja e digo, “Vamos tentar achar o auditório juntos” ou “Vamos falar com alguém que pareça conhecer o que está acontecendo e então deixaremos suas crianças no departamento infantil… Se tiverem um… Eu não sei… Mas seja bem-vindo!”

Aliás, o pastor visitante não deveria estar fazendo esse trabalho!

Igrejas que são amigáveis tem uma chance muito maior de crescer do que igrejas que não são. A primeira impressão é a que fica.

2. Elas não são intencionais o suficiente.

Eu tenho conversado com muitos pastores que me asseguram que eles querem um crescimento de novos convertidos mas não tem nenhum plano para isso acontecer. Eles me contam a sua visão, a sua nova série de sermões e sua excitante programação da Páscoa. Mas essas três coisas são como fazer um ótimo plano de “como ter uma ótima preleção” antes de um jogo de futebol. Não, você precisa saber as jogadas que você e sua congregação vão fazer todos os dias (não apenas nos domingos) se você quer intencionalmente crescer com novos discípulos sendo formados e multiplicados.

Aqui vão três ideias rápidas: Pregue o Evangelho toda semana em algum momento durante o culto pois assim as pessoas saberão que sempre que trouxerem alguém que não conhece a Cristo ela ouvirá as Boas Novas de Jesus e terá a oportunidade de confiar nEle. Segundo, treine todo a sua congregação em como compartilhar sua fé. Isso mesmo, se você fizer uma série de sermões (ao invés de um pequeno grupo opcional) então toda a igreja (não apenas aqueles engajados com evangelismo) vão estar na mesma página. Finalmente, conte as histórias em todo culto de como os membros da sua igreja estão engajando seus amigos, colegas de trabalho, colegas de classe e família com a mensagem das Boas Novas. Esse pequeno momento de 3 minutos no culto vai aumentar a importância do evangelismo relacional de formas que você nem pode imaginar.

3. Elas não são organizadas o suficiente.

Algumas igrejas até levam as pessoas a Cristo mas não tem um plano de consolidação robusto o suficiente para que esses preciosos novos convertidos sejam conectados à vida da congregação. Como resultado esses preciosos bebês estarão lá fora, desprotegidos pela cobertura da igreja e pelo leite espiritual da Palavra de Deus. Em um artigo passado eu chamei isso de “Chutando o bebê.” Nós nunca aplaudiríamos o nascimento de um lindo bebê e depois o chutaríamos para longe! Mas nós fazemos a mesma coisa quando celebramos uma nova conversão e não nos organizamos o suficiente para acompanhá-la. Nós também precisamos acompanhar os visitantes que já são convertidos (Dica: Para começar, a melhor pessoa para acompanhar é a pessoa que os convidou para a igreja!)

E, é claro, que precisamos estar organizados nos nossos cultos, pequenos grupos, estacionamento, etc para que estejam prontos, como a Escritura nos lembra, “com ordem e decência” (1 Coríntios 14:40)… Do jeito que o Espírito Santo gosta.

4. Elas não são relevantes o suficiente.

Outro motivo porque as igrejas não crescem é que não são relevantes o suficiente. Se eu nunca tiver ido a uma igreja e caminhar até um prédio onde só se tocam músicas no órgão o dia todo e a leitura da Escritura seja como um poema antigo ou o culto faça me sentir parte de um museu então há uma grande chance de que eu nunca volte.

Mas até essas coisas não são tão importantes comparadas a sermões que não alcançam seu objetivo. Não podemos apenas fazer uma exegese da Palavra de Deus, mas também das necessidades das pessoas. Eu vou me vestir com as togas do coral e cores dos vitrais da igreja se o sermão estiver atingindo a minha alma. Mas se a Palavra de Deus se mantiver distante, confusa, uma relíquia religiosa ao invés de uma espada que penetra todas as áreas da minha vida (Hebreus 4:12-13) para o Espírito de Deus me transformar de forma poderosa em todos os aspectos, então há uma grande chance de que eu nunca volte.

5. Elas não são substanciais o suficiente.

Algumas igrejas crescem no começo porque seus cultos e sermões são relevantes mas tendem a ser leves e fofinhos. Com os novos convertidos crescendo em sua fé eles tem cada vez mais fome da Palavra de Deus de forma mais profunda. Quando eu falo em “substancial” eu não estou falando sobre uma crítica doutrinária utilizando as implicações teológicas de uma angeologia para uma cultura pós-moderna de uma hora de duração. Eu estou falando sobre um desejo de “manejar bem a palavra da verdade” e não apenas uma série de tópicos que apenas tocam a superfície.

Eu nunca vou esquecer o dia que visitei a igreja de Flatiron em uma manhã de domingo a apenas 20 minutos de onde eu moro. Essa é uma das igrejas que mais crescem rapidamente no país e tem uma frequência semanal de mais de 10.000 pessoas. Para ser honesto eu estava esperando um culto “leve e fofinho” mas, pelo contrário, os sermões eram substanciais e práticos. Logo eu estava procurando por uma caneta e tomando notas. E assim também estavam os crentes em volta de mim. Ninguém poderia acusar esse culto “luzes, câmera, ação” super-produzido, cheio de músicas contagiantes e tatuagens, de ser irrelevante. Mas ninguém poderia acusar essa igreja de estar falhando em ser substancial o suficiente. Talvez essa igreja estivesse crescendo porque encontrou a perfeita combinação de ter práticas relevantes e teologia fascinante.

6. Elas não estão amando o suficiente.

Igrejas podem parecer amistosas mas, quando você cava a superfície, uma lacuna de amor predomina depois da fachada religiosa. Elas podem atrair pessoas no começo e até mesmo parecerem amistosas mas, dentro, os novatos se tornam cientes da política e relação disfuncional que é sistêmica na congregação. Visitantes e novos convertidos geralmente optam em procurar uma igreja mais amorosa, ou param de ir na igreja de uma vez ou, pior, ficam e se tornam exatamente como os outros membros dessa igreja.

7. Elas não oram o suficiente.

Apesar de listar isso por último deveria ser o primeiro tópico. Porque? Paulo disse para Timóteo em suas instruções para começar e organizar as muitas igrejas que eles plantaram juntos que a oração deveria ser a prioridade número 1. Eles disse ao seu jovem protegido, Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.”

Igrejas que oram juntas, crescem juntas. Elas crescem espiritualmente e em números (com novos convertidos!) Porque? Porque estão abastecidas com o conhecimento divino e poder, ao invés das novidades em técnicas e táticas para crescimento de igreja. Isso lhes dá um santo ímpeto que inicia nos corações das pessoas assim que elas começam a orar por aqueles que ainda não foram alcançados nas suas vidas e comunidades. Essas orações criam um espaço em seus corações por mais compaixão e espaço em suas vidas para mais conversas sobre o Evangelho e logo eles não tem nem mais lugares em suas igrejas por causa de todos os novos convertidos que estão crescendo profundamente e se espalhando no poder de Deus.

Infelizmente, muitas igrejas gastam mais tempo aos Domingos dando avisos nos cultos do que intercedendo em suas orações.

Essas são minhas sete observações. De novo, elas não são científicas mas puramente observacionais.

Que os ministérios de jovens e as igrejas em todo o país comecem a crescer de forma saudável em todos os aspectos!

(Texto de Greg Stier livremente traduzido do site Pastors.com.)